Reflorestart um projeto de vida e arte.
- IAABr Internacional Ação da arte do Brasil
- 6 de nov. de 2022
- 3 min de leitura
REVEGETALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS URBANOS Por Tomás Tarqüínio
O aquecimento global afeta as cidades de maneira mais intensa. A população é mais numerosa, o consumo de matérias e energia é mais concentrado e a configuração espacial favorece o surgimento de ilhas de calor urban. O ordenamento urbano tem conseqüências sobra a circulação do ar, da poluição, da umidade, etc. Em conseqüência, as temperaturas podem ser muito diferentes entre o centro e periferia. As grandes metrópoles são mais quentes do que as cidades médias e pequenas, bem como dos espaços rurais, principalmente à noite. Estas diferenças podem alcançar mais 5 graus. Com o aquecimento global, a temperatura das cidades estão se tornando cada vez mais elevadas. Pergunta: será possível viver grandes urbes em um futuro próximo? Esta questão tanto mais importante na medida e que metade da população do planeta vive em áreas urbanas. Para responder tal questão, devemos, inicialmente, saber porque as cidades são áreas mais quentes do que as demais. O aquecimento é conseqüência de todos os tipos de atividades humanas que geram calor: concentração de imóveis destinados à moradia, comércio e serviços, mobiliário urbano, infra-estruturais, pavimentação, impermeabilização dos solos, transporte a motor térmico, poluição do ar, etc. As cidades recebem os raios do sol. Os equipamentos urbanos são construídos com materiais que retém ou absorvem o calor do sol: pedra, cimento, asfalto, etc. Durante a noite, eles ejetam o calor que foi acumulado durante o dia. Assim, quanto mais os edifícios forem concentrados, maior será a absorção de calor por estes materiais. Assim como, quanto mais estreitas forem as ruas, mais lenta será a dissipação do calor para o espaço. Estes fatores mantém a temperatura média das cidades mais elevada e durante um período de tempo mais longo. Os parques e jardins urbanos, em razão da vegetação, são áreas que conhecem temperaturas bem mais amenas do que as densamente edificadas. Esta diferença pode ser da ordem de até 10 graus centígrados. Isto graças aos vegetais, especialmente no caso das espécies arbóreas. Durante o dia, a copas das árvores refletem uma parte importante da radiação solar, enviando-as de volta à atmosfera. A sombra assim formada reduz a absorção da radiação solar pelo solo. Além do mais, a árvore absorve uma metade da energia solar através da fotossíntese, processo que a mentem viva e em crescimento. Ao mesmo tempo, a árvore extrai água do solo, a seiva sobe até a copa, e as folhas a transpiram, expelindo a água do solo na atmosfera. Este vapor d’água produto da transpiração dos vegetais contribui para o esfriamento do ar. O mesmo processo ocorre com a vegetação arbustiva e herbácea, o famoso fenômeno da evapotranspiração. Sem falar que as árvores abrigam uma enorme variedade de espécies animais e vegetais, aumentando assim a biodiversidade nas áreas urbanas. Porém, um fator limitante reside no fato de que as cidades dispõem de pouco solo. Por esta razão, há pouca vegetação. Além do mais, a impermeabilização dos solos impede a transpiração dos vegetais que amenizam o ar. O que fazer para reduzir a temperatura das cidades? Para reduzir o efeito de “ilha de calor” urbana são necessárias ações múltiplas. A primeira ação seria a “revegetalização” do espaço urbano. Experiências mostram que é possível reduzir a temperatura em torno de 3°C durante uma onda de calor. Para tal, é preciso plantar centenas de milhares de todos tipos de vegetais em todos os espaços disponíveis para que eles cumpram o papel de ar condicionado natural. É preciso dispor de espaço e água para que o processo de crescimento da vegetação produza a transpiração que ameniza a temperatura durante as canículas. Em segundo lugar, empregar materiais que refletem a radiação solar em vez de armazená-la. Utilizar materiais que absorvem menos calor, pintar de cores mais claras, tanto os tetos, quanto as paredes. Terceiro lugar, limitar ao máximo o uso do ar condicionado elétrico. Ele consome muita energia e, sobretudo, expele o ar quente para fora dos edifícios, aquecendo as cidades. Quanto mais equipamentos de ar-condicionado houver em uma cidade, mais quentes as cidades se tornarão. Este fato cria um círculo vicioso, pois demanda mais equipamentos de ar condicionado. O efeito pode ser atenuado com um melhor isolamento dos edifícios. Finalmente, cada espaço construído deve ser compensado pela criação de um espaço natural.









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